Mesopotâmia (Terra entre dois rios), situada entre os Rios Tigre e Eufrates, atualmente Iraque.
"A religião da Mesopotâmia é a mais velha que nos oferece documentos escritos. Baseada nas crenças sumerianas, propiciava orientação espiritual e ética aos negócios humanos, propunha uma explicação aceitável para os transcendentes mistérios da vida e da morte,, e deixou um legado que influenciou poderosamente as religiões posteriores". Samuel N. Kramer;
'' Os babilônios e os assírios, que sucederam aos sumérios, adotaram a maioria dos seus deuses e das suas práticas religiosas. Isso não quer dizer que os sacerdotes e poetas da última fase copiaram servilmente os protótipos sumerianos. Mas, de um modo geral, não puderam fugir à influência alastradora da herança deixada pelos antecessores, diz Samuel N. Kramer ''.
"Era natural que os sábios e pensadores concebessem em termos humanos a criação do universo e a organização da sua vida. Toda a sociedade humana, como eles a conheciam, toda a ação dos homens, era dirigida por pessoas. Também o universo - imaginavam eles - devia, pois, ser governado por entes antropomórficos, semelhantes aos homens, que em geral não eram perceptíveis aos humildes mortais". Samuel N. Kramer.
"A religião da Mesopotâmia é a mais velha que nos oferece documentos escritos. Baseada nas crenças sumerianas, propiciava orientação espiritual e ética aos negócios humanos, propunha uma explicação aceitável para os transcendentes mistérios da vida e da morte,, e deixou um legado que influenciou poderosamente as religiões posteriores". Samuel N. Kramer;
'' Os babilônios e os assírios, que sucederam aos sumérios, adotaram a maioria dos seus deuses e das suas práticas religiosas. Isso não quer dizer que os sacerdotes e poetas da última fase copiaram servilmente os protótipos sumerianos. Mas, de um modo geral, não puderam fugir à influência alastradora da herança deixada pelos antecessores, diz Samuel N. Kramer ''.
"Era natural que os sábios e pensadores concebessem em termos humanos a criação do universo e a organização da sua vida. Toda a sociedade humana, como eles a conheciam, toda a ação dos homens, era dirigida por pessoas. Também o universo - imaginavam eles - devia, pois, ser governado por entes antropomórficos, semelhantes aos homens, que em geral não eram perceptíveis aos humildes mortais". Samuel N. Kramer.
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Escrita Cuneiforme |
Bem, como nós observamos os primeiros ocupantes da Mesopotâmia foram os Sumérios, fundando assim a Civilização Suméria. Esses povos, antes de falarmos sobre sua religião, construíram as primeiras casas, os primeiros muros, os primeiros canais de irrigação, aprenderam a domesticar os animais, aprenderam a agricultura, plantar, cultivar e colher. Portanto, de acordo com vários estudos, os sumérios, antigos nômades, construíram as primeiras cidades que se tem conhecimento. Aprenderam também a manipular a argila para construção, pra cerâmica e para a escrita. Aprenderam a dar forma à matéria maleável. Inventores, também, do primeiro tipo de escrita, a escrita cuneiforme, revolucionaram, transformaram o modo de pensar e viver do mundo inteiro.
Trata-se da primeira religião Politeísta que se tem conhecimento, acabando com quase todo aquele Totemismo e Animismo que antes existira e, mais precisamente, se trata da primeira religião que se verifica a existência de deuses, com apenas, resquícios de Totemismo e Animismo.
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UTU |
UTU, o deus-sol, uma das principais divindades sumerianas, ilumina o mundo com os raios que brotam de suas espadas. Era também conhecido como deus da justiça. Mais tarde o veremos na Babilônia sob a forma de Shamash, deus do sol e da justiça.
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Ninhursag |
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Inanna |
Inanna, deusa do amor e da guerra, aparece de pé ao lado da sua insígnia, pilares de portão com flâmula. Ela estava sempre presente onde quer que a vida fosse gerada.
Nos tempos mais recuados, ao começo do quarto milênio a.C., quando a cidade de Erech era dominadora da região, a principal divindade sumeriana prece ter sido o deus-céu, An. Quando uma cidade estava à frente da outra, a sua divindade também se tornaria superior a todos os demais deuses.
Durante um milênio, a partir de 2.500 a.C., Enlil continuou como chefe supremo do panteão sumeriano e, até certo ponto, também do babilônico e do assírio. Enlil é uma palava composta da língua sumeriana que significa "Senhor Ar"; foi ele a força motora para efetuar-se a separação do Pai Céu da Mãe Terra, qual não tardaria a gerar a prole de Enlil. Este é, portanto, descrito como ''pai dos deuses'', o "rei do universo", o "rei de todas as regiões".
Enlil é dado como o autor do me, isto é, um conjunto de leis universais governando toda a existência. Para os mesopotâmicos, o me era uma resposta aos seus anseios de segurança num mundo conturbado. O me, engenhado por Enlil, governava a todos e a tudo no universo; aos mortais era um conforto saber que o céu azul, terra fecunda, o lúgubre inferno, o mar bravio, tudo funcionava em obediência à determinação do me.
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Marduk |
Os deuses criam o homem a fim de que este institua seu culto e os alimente. O homem é feito de argila animada por um deus, Marduk, que será visto, mais tarde, na Babilônia. Os soberanos são filhos de deuses e são eles que asseguram a fecundidade da natureza, regulam as enchentes e presidem à vegetação.
Entre as principais divindades da suméria encontramos An, deus do céu; Nammu, a deusa-mãe, Inanna, a deusa do amor e da guerra, Enlil, o deus do vento, Sin, um deus lunar, Enki, deus da sabedoria etc. Cada deus sumério representava uma cidade e quando uma estava mais poderosa que a outra, seu deus também se tornava o deus mais poderoso, ou sobre o ponto de vista mitológico e politeísta, quando um deus se tornava superior aos outros em força e poder, a cidade que ele representava se tornava superior às outras. Como vemos, uma sociedade totalmente politeísta, pois adoravam vários deuses.
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Zigurates |
Os sumérios, que se supõe descidos da montanha, parecem ter conservado o "culto das alturas" que lhes inspirou, uma vez tornados mesopotâmicos, construção dos zigurates, torres maciças de sete andares, das quais as de Ur e de Khorsabad nos transmitiram a imagem concreta, sendo a de Babel o mais famoso exemplar. Alguns estudiosos dizem que os zigurates eram santuários para os deuses descerem à terra, visitar os humanos, manterem o contato. Era um elo de ligação entre o céu e a terra.
Os sumérios não nos mostraram nenhuma evolução, nenhum progresso, muito menos regresso, pois cada tempo é como é, nunca há, nunca houve, e nunca haverá evolução neste mundo, o que se tem é transformação, eles transformaram o nomadismo e deram origem a vida sedentária, construíram várias cidades, várias esculturas, inventaram a escrita, criaram canais de água e domesticaram seus animas para não mais caçá-los, com isso se contaminaram com várias doenças dos animais e também com várias doenças de suas fezes e urinas. Mas uma coisa é certa: os sumérios, tinham uma fé muito grande, transformaram o modo de viver de todas as sociedades, do mundo inteiro e, com toda a certeza, havia, por trás deste povo, uma grande força atuando com muito poder, pois era uma sociedade com uma mente muito brilhante.
Um ou vários grupos de semitas, invadem a Mesopotâmia e chegam a dominar os sumérios e os acadianos. A conquista, começa no III milênio, e termina no começo do II milênio antes da era cristã.
No delta estabelecem-se os Babilônios (ou caldeus); mais ao norte, os Assírios. Os babilônios são mais intelectuais mas, os assírios mais vigorosos, mais brutais, mais guerreiros. Por isso os babilônios são dominados pelos assírios, mas exercem uma hegemonia espiritual comparável à da Grécia sobre Roma. Um grande soberano, Hamurábi, cria uma revolução na Mesopotâmia , é o que se denomina Síntese Suméro-Semítica.
Os sumérios contribuem com suas divindades e suas lendas. Os semitas trazem sua língua, rica e flexível, e seu gênio político: vão agrupar as cidades, e, com estas, suas divindades.
O deus de Nippur, Enlil tem grande influência.
Em Ur - a cidade de onde partiu Abraão, segundo a narração do Gênese - reina Sin, um deus lunar,
Em Babilônia o deus é Marduk. É a ele que se refere a lenda da criação, que continua com a lenda do dilúvio. Estas lendas de origem sumerianas, parece ter sido redigidas ao tempo de Hamurabi.
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Tiamat e Marduk |
Marduk é convidado pelos outros deuses para combater Tiamat, a divindade do oceano; recebe deles todos poderes. Vence Tiamat, impõe limites ao mar e cria o homem com a argila, a fim de que haja um ser que adore, sirva e conserve os deuses.
Alguns deuses , descontentes com os homens, decidem destruí-los. Enlil organiza o cataclismo. Um dos deuses Ea (Enki), aparece em sonho a uma homem de que gosta, Ut-Napishtim, e ordena-lhe que construa um navio. O homem aí coloca sua família, seus trabalhadores, seu gado, seus animais campestres e sementes. O dilúvio começa, afoga todos os homens. Os deuses horrorizam-se com tal espetáculo. A rainha dos deuses, Ishtar lamenta-se: " A antiga raça dos homens voltou a ser argila e eu concordei com uma coisa funesta, no Conselho dos Deuses, quando consenti nesta tempestade que destruiu meu povo!"
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Enki (Ea): Segundo os Teóricos do Antigo
Astronauta, Enki seria a serpente, que deu
conhecimento do bem e do mal ao homem
e a mulher, da História de Adão e Eva.
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A tempestade desabou durante sete dias. Ut-Napishtim solta uma pomba, que volta, depois uma andorinha, que torna a voltar, depois um corvo, que não regressa. Faz, então, parar o barco e oferece, no cume da montanha, um sacrifício em torno do qual os deuses se juntam "como moscas". O deus que organizou o cataclismo, Enlil, queixa-se a Ea (Enki), que revelou seu plano, sua traição; depois, deixa-se acalmar e confere a imortalidade a Ut-Napishtim e à sua mulher.
Quando Babilônia prevaleceu sobre outras cidades, seu deus, Marduk, torna-se o grande deus. No tempo de Hamurábi, Marduk absorve os outros deuses, considerados como seus diferentes aspectos: enquanto ilumina as trevas ele é Sin; como deus da dominação, é Enlil; enquanto deus da justiça, é Shamash etc. É ainda o deus supremo no século VI antes da era cristã.
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Shamash |
Foi Shamash, isto é, Marduk, considerado sob o aspecto da justiça, que no II milênio antes de Cristo, teria ditado ao grande soberano Hamurábi um código de 282 artigos, dos quais alguns processos de sindicância são sumários e algumas penalidades exageradamente severas, mas que, no entanto, contem muitas normas razoáveis. Alguns estudiosos comparam o Código de Hamurábi com o Código Mosaico, pois este ultimo também veio de revelação divina, o Deus dos Hebreus que ditou a um profeta, conhecido como Moisés, 600 anos depois de Hamurábi, mas não vem ao caso, pois vários profetas existiram, várias pessoas receberam revelações de Deus, cada um com a sua fé.
Ao lado de Marduk, a divindade mais popular é Ishtar, deusa da estrela da manhã e da estrela da noite, do amor, da maternidade e da fecundidade. Prostitutas sagradas são empregadas em seus templos.
Ishtar é mãe ou a esposa, ou amante de Tamuz, também chamado o filho o pastor, o senhor. Ele é morto, segundo certas lendas por um javali, segundo outros, pela própria Ishtar, e desce aos infernos. Ishtar lamenta-se, quer procurá-lo "na casa das trevas, na cada onde ninguém que entra volta uma vez entrado nela". Deixam-na entrar, mas, em cada uma das sete portas ela deve dar uma peça de suas vestes; chega nua à frente da rainha dos infernos, que a conserva prisioneira. Durante muito tempo de seu cativeiro, a terra seca, torna-se estéril; o desejo acaba, homens e animais vão desaparecer. Os deuses, receando ficar sem sacrifícios, intervêm junto às divindades infernais. Ishtar é libertada, volta à terra, acompanhada por Tamuz ressuscitado. Segundo alguns textos posteriores, o jovem deus pertencerá, numa metade do ano, à deusa do amor e, noutra metade, À deusa dos infernos. Explica-se assim, a morte da natureza no inverno, seu renascimento no estio e justificam-se os ritos destinados a assegurar o retorno da vegetação. As mulheres lamentam o desaparecimento de Tamuz. (Ezequiel viu as mulheres se lamentando por Tamuz à porta do Templo de Iavé (Javé ou Jeová) e indignou-se. Ezequiel Cap. 8, Ver. 14).
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Gilgamesh |
Outra lenda se liga a Ishtar, a do Rei Gilgamensh. A deusa apaixona-se por ele, mas ele recusa seu amor, sabendo que ela mata todos seus amantes. Ofendida, ela manda contra ele um touro furioso, mas o homem o vence, graças à ajuda que lhe dá seu amigo Enguido (talves um leão), ser coberto de pelos e ser muito esperto. Ishtar amaldiçoa Enguido, que morre. Gilgamesh atacado de lepra, receia morrer também. Parte para a Ilha dos Bem-aventurados para consultar seu ancestral, o homem que escapou do dilúvio e se tornou imortal, Ut-Napishtim. Este o cura da lepra, mostra-lhe uma planta que dá a juventude. Gilgamesh apodera-se dela, mas uma serpente a devora. (Mais uma vez a serpente nos tira o direito à vida eterna, como no mito de Adão e Eva, pois por causa dela perdemos esse direito).
O deus dos mortos autoriza-o a falar com Enguidu. Este hesita em cofiar-lhe a triste verdade. Depois diz-lhe como são infelizes os mortos, salvo os que foram mortos nas batalhas:
O deus dos mortos autoriza-o a falar com Enguidu. Este hesita em cofiar-lhe a triste verdade. Depois diz-lhe como são infelizes os mortos, salvo os que foram mortos nas batalhas:
O homem com quem ninguém se preocupa
- Como tu e eu já temos vistos -
É devorado pela fome, não tem alimento,
É obrigado a comer o que atiram à rua...
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Sargão I |
Ao tempo de Hamurábi, em que todo os deuses se concentram em Marduk, "o nome da semita Ishtar torna-se sinônimo do nome comum deusa, e todas as outras divindades femininas quase desapareceram perante ela".
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Assur, a principal divindade dos Assírios. |
Os assírios, tendo organizado a mais temível força militar que o mundo conheceu antes de Roma, acreditavam honrar seu deus, Assur, através de abomináveis crueldades que acompanham suas vitórias: Massacre dos vencidos, deportação de povos em massa, destruição, em seus túmulos, dos monarcas venerados pelos inimigos, confiscação de seus deuses; eis os processo que asseguram a dominação de Nínive mas que levantaram contra ela tanto ódio que sua destruição foi recebida em toda a Ásia Ocidental com alívio.
Outros aspectos da vida religiosa sobre tudo na Caldéia, são menos odiosos. Os salmos da penitência pedem aos deuses perdão pelos pecados cometidos seja contra eles, seja contra outros homens, o que dá, a estes hinos, força moral:
"Sentado entre suspiros, com o coração opresso, sofredor e queixoso, no meio de lágrimas e de suspiros amargos, ele geme, tal pomba, dia e noite, apaixonadamente implorando ao seu deus misericordioso, como uma vaca selvagem".
Num Livro da Sabedoria encontram-se pensamentos razoáveis e generosos: "O homem sábio finge saber menos do que sabe" - "Faze o bem a quem te faz mal".
O regime político é sempre uma Teocracia, seja na Babilônia ou Assíria. Todo poder emana de deus ou dos deuses. O rei é o representante de deus na terra. Seu primeiro dever é entreter os deuses.
Tal é o objeto do sacrifício, ato essencial do culto. O animal do sacrifício parece ser um substituto do fiel, que devia ser ele próprio comido pelo deus. Como diz o poema:
"Ele entregou o cordeiro pela sua vida. Ele entregou cabeça de cordeiro por cabeça de homem".
Todas as práticas do bode expiatório, todas as esperanças de salvação pela imolação de um cordeiro divino, eis as consequências ocidentais do sacrifício caldeu.
Segundo literatura acadiana, o sacerdócio teria sido um presente dos deuses à humanidade, a qual deveria, portanto, servi-los. Havia um grupo de sacerdotes à serviço dos deuses, mas é bom lembrar que esses sacerdotes não praticavam atividades exclusivamente religiosas, já que os templos, também, eram lugares em que se realizavam algumas importantes atividades econômicas. Estando a serviço dos deuses, os sacerdotes deviam, além de prestar adoração às divindades, limpar suas estátuas, vesti-las e lava-las, pois acreditavam ser a estátua o próprio deus. Havia sacerdotes especializados nas mais diversas atividades como a medicina, musica e arte divinatória, e essas pessoas deveriam observar vários rituais em relação a pureza física e espiritual. Aqueles que tivessem mau hálito, por exemplo, eram excluídos.
A arte divinatória exerceu grande influência na Mesopotâmia, pois através dela, os mesopotâmicos controlavam a ordem da natureza, e esta uma vez controlada, atuava em benefício da população, pois conseguiriam identificar mais facilmente os acontecimentos e fenômenos naturais.
Os mesopotâmicos imaginavam seus deuses como sendo muito maiores que os homens, tanto em tamanho como em poder, mas também sujeitos às mesmas fraquezas e paixões tipicamente humanas.
Os deuses eram considerados os reais governantes da comunidade. e todo elemento divino, acreditava-se, emitia uma luz especial chamada de melã, que provocava reações de espanto e terror nos fiéis. Os mesopotâmicos chamavam essas reações de ni.
Segundo literatura acadiana, o sacerdócio teria sido um presente dos deuses à humanidade, a qual deveria, portanto, servi-los. Havia um grupo de sacerdotes à serviço dos deuses, mas é bom lembrar que esses sacerdotes não praticavam atividades exclusivamente religiosas, já que os templos, também, eram lugares em que se realizavam algumas importantes atividades econômicas. Estando a serviço dos deuses, os sacerdotes deviam, além de prestar adoração às divindades, limpar suas estátuas, vesti-las e lava-las, pois acreditavam ser a estátua o próprio deus. Havia sacerdotes especializados nas mais diversas atividades como a medicina, musica e arte divinatória, e essas pessoas deveriam observar vários rituais em relação a pureza física e espiritual. Aqueles que tivessem mau hálito, por exemplo, eram excluídos.
A arte divinatória exerceu grande influência na Mesopotâmia, pois através dela, os mesopotâmicos controlavam a ordem da natureza, e esta uma vez controlada, atuava em benefício da população, pois conseguiriam identificar mais facilmente os acontecimentos e fenômenos naturais.
Os mesopotâmicos imaginavam seus deuses como sendo muito maiores que os homens, tanto em tamanho como em poder, mas também sujeitos às mesmas fraquezas e paixões tipicamente humanas.
Os deuses eram considerados os reais governantes da comunidade. e todo elemento divino, acreditava-se, emitia uma luz especial chamada de melã, que provocava reações de espanto e terror nos fiéis. Os mesopotâmicos chamavam essas reações de ni.
Os mesopotâmicos, ao contrário dos egípcios, viam a morte com muito pessimismo. Enquanto os egípcios tinham uma visão positiva e abençoada após a morte, uma visão de abundante fertilidade, os mesopotâmicos tinham uma visão empobrecida da vida pós-morte e que viveriam na escuridão, coberto de penas e se alimentando de argila. A morte era a "terra do não-retorno", repleta de escuridão e poeira, como podemos ver no trecho retirado de um texto mítico, quando Ishtar desce ao mundo dos mortos:
"Para a casa escura [...] para a casa na qual os que entram não podem sair [...] na qual poeira é seu alimento, argila seu pão [...] Eles não veem luz, eles vivem na escuridão."
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Nergal |
A terra dos mortos era governada por Nergal e por sua esposa Ereshkigal, os quais constantemente queriam aumentar o número de seus súditos. A terra dos mortos se chamava Kur. E com isso esses deuses do mundo dos mortos (Kur) eram associados a qualquer tipo de doenças ou desgraças na Mesopotâmia.
Uma das maiores abominações dos mesopotâmicos era o fato de o cadáver não ser enterrado, pois era na tumba que se iniciava a passagem para o outro mundo. Do mesmo modo que o morto insepulto, aquele que tivesse seu ritual mortuário interrompido ou negligenciado era condenado a viver como espírito errante, que espalharia todo o mal na terra dos vivos.
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Lilith - Acusada de vários males, doenças e mortes, inclusive de ter sido a serpente do mito da criação. |
Em vários livros sagrados, como o Talmude dos judeus, Lilith é tratada como um demônio. Liliths, segundo estudos, tinha 100 filhos por dia, e estes se alimentavam das energias gastas nos atos sexuais dos humanos e também de sangue humano.
Segundo alguns relatos católicos, ela tinha habilidade em atrair homens e lhes esmagar com seus peitos, ou até mesmo cortar seus pênis com sua vagina. Ainda hoje há cultos realizados em seu nome, quando o assunto é bruxaria ou magia negra. É, sem dúvida, uma deusa suméria de muita história.
Muitas idéias religiosas provém desta Mesopotâmia - onde os judeus foram obrigados a habitar durante o cativeiro da Babilônia - como o valor do céu, o valor do sacrifício expiatório, os mitos da criação e do dilúvio, e a explicação das variações das estações pela ressurreição de um deus. Assim agradecemos a essa grande civilização, pois contribuiu, duma forma gigantesca, com o nosso modo de ser e pensar.